Exposição “O Dia Seguinte” discute futuro das cidades

Exposição “O Dia Seguinte” discute futuro das cidades

De forma imersiva e sensorial, a exposição O Dia Seguinte aborda a crise climática e questiona os visitantes sobre o tipo de cidade no qual querem viver no futuro. O objetivo da mostra é tornar cotidiana a discussão sobre mudanças do clima. A exposição poderá ser visitada até 14 de novembro no Museu Catavento, no centro de São Paulo.

A exposição “O Dia Seguinte”, gratuita e em cartaz na capital paulista, discute, de forma imersiva e sensorial, a crise gerada pelas mudanças no clima e questiona “em qual cidade” se quer viver no futuro. A mostra pode ser visitada até dia 14 de novembro no Museu Catavento, de terça-feira até domingo, das 9h às 17h. As visitas devem ser agendadas por telefone e têm acessibilidade garantida por meio de audioguias e libras.

O objetivo principal da mostra, de acordo com seu idealizador, Felipe Lobo, é tornar a discussão sobre mudanças climáticas cotidiana. “Resolvemos fazer essa imersão sensorial por ser um tema muito técnico, que as pessoas consideram distante de suas vidas pessoais, mas não é, inclusive, já é realidade”, conta Lobo, que é diretor da produtora Na Boca Do Lobo. “Queremos furar a bolha e mostrar a urgência do tema.”

Apresentada pela primeira vez em 2019, no Rio de Janeiro, a mostra, que une arte, cultura e educação, recebeu 31 mil visitantes. Ela estava prevista para chegar a São Paulo em 2020, o que não aconteceu devido à pandemia de covid-19. A crise sanitária que o país enfrenta devido à doença, aliás, também é abordada na edição paulistana da mostra. Isso, segundo Lobo, porque há relação entre as mudanças climáticas e a predisposição a doenças respiratórias, bem como o possível surgimento de novas epidemias.

 

Interatividade. A mostra está dividida em cinco módulos, cujo espaço é dividido em áreas de projeções, pisos de led, telas interativas, animações e jogos.

A fim de entender como as cidades impactam o clima e como podem ser mais sustentáveis, o visitante fará uma viagem no tempo, indo do passado a um futuro possível.

Com narração da atriz Andrea Beltrão, a história parte da humanidade na época da Pangeia, passando pela Revolução

Industrial, para que o visitante entenda as mudanças climáticas e como a humanidade chegou até a situação presente, de aquecimento global. Além disso, também são apresentados relatos de pessoas impactadas por tais fenômenos, como os refugiados climáticos, que são obrigados a deixar seus países devido a eventos adversos como fortes tempestades ou escassez de água.

Na exposição, é possível, inclusive, com efeitos especiais, sentir na pele a intensidade e as consequências das alterações do clima. “As pessoas vão ter um choque, um desconforto, durante quatro minutos, para entenderem que as mudanças climáticas são reais”, diz Lobo.

Ao final da visita, a cidade do futuro é apresentada. “Não falamos de um futuro utópico, e sim de soluções reais, que cidades já aplicam”, defende Lobo, que cita ações como bioeconomia, incentivo às energias renováveis, transporte público elétrico e tetos verdes. “Mostramos também que essas soluções não inviabilizam o crescimento econômico. Pelo contrário, o estimulam.”

 

Fonte: Folha de São Paulo