A pesquisa Época NEGÓCIOS 360º avaliou 410 empresas com faturamento de ao menos R$ 250 milhões em 2022. Além da Empresa do Ano, também foram escolhidas as melhores companhias em 24 setores.
Melhores do setor de Energia
1˚CPFL Energia
2˚ Engie Brasil Energia
3˚ Eletrobras
4˚ EDP
5˚ CTG
6˚ ISA CTEEP
7˚ 2W Ecobank
8˚ INPASA
9˚ Energisa
10˚ SPIC
Ao longo do seu primeiro século de existência, até o início dos anos 2000, o setor de energia elétrica não evoluiu exatamente na velocidade da luz. Descobertas e invenções demoravam para ter aplicação prática massiva. Demoravam. Agora, empresas do ramo são desafiadas por mudanças rápidas e profundas em todas as pontas do negócio: fontes eólica e solar se incorporaram à matriz energética, veículos movem-se por eletricidade, famílias produzem em casa a energia consumida e vendem as sobras.
Enfrentar tantas transformações é ainda mais complexo para uma holding como a CPFL Energia, presente na geração, transmissão, distribuição e comercialização em 11 estados das cinco regiões do país. O que garante um desempenho de excelência nesse caso é pensar à frente e ter disciplina para colocar as metas em prática, segundo Gustavo Estrella, presidente da companhia desde 2019 após seis anos como diretor-financeiro. “Temos um planejamento estratégico quinquenal revisado anualmente”, diz o executivo. “Projetamos aonde queremos chegar e nossa capacidade de execução.”
Está funcionando: em 2022, a CPFL Energia, hoje controlada pela chinesa State Grid Corporation, atingiu os melhores resultados financeiros, operacionais e de segurança de sua história de 110 anos – e pronta para os 220, segundo sua direção. Com uma alta de 0,4% na receita líquida (R$ 39,4 bilhões), a empresa viu o Ebitda crescer 33,9% ante 2021, para R$ 12,3 bilhões. O lucro líquido (R$ 5,2 bilhões) aumentou 7,5%. Alguns índices: margem Ebitda de 31,2% e rentabilidade do patrimônio de 29,8%. As interrupções de fornecimento caíram 10% na distribuição, e a taxa de frequência de acidentes com funcionários próprios recuou 34% no mesmo período.
Esses números também refletem a maneira como a companhia adota a agenda ESG. Os princípios da sustentabilidade ambiental, da responsabilidade social e da boa governança são parte integrante da operação. Por exemplo, atualmente, quase metade dos transformadores retirados da rede da CPFL por problemas técnicos voltam reformados, com o mesmo nível de eficiência dos novos. Diminui o descarte de sucata e ajuda a cortar despesas.
O programa de formação de eletricistas mulheres já credenciou mais de 170 profissionais. A preocupação em aumentar a diversidade do quadro de funcionários, positiva na gestão de pessoas, aumenta o engajamento em todos os níveis, favorecendo a redução dos acidentes.
Entre os próximos projetos, um dos mais importantes é a implantação da medição inteligente de consumo na rede. Há décadas, o cálculo em residência ou ponto comercial é feito a partir de anotação manual na visita de técnicos. O novo sistema seria composto de medidores instalados nos imóveis com capacidade de enviar os dados diretamente à CPFL. Falta só combinar com o regulador, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
“Precisamos entender como a autoridade regulatória enxerga esse investimento adicional, estimado em R$ 8 bilhões”, diz Estrella. O investimento anual regular da empresa está na casa de R$ 5 bilhões. As melhorias devem ser consideradas pela Aneel para determinar os reajustes tarifários. Mas a modernidade está próxima. Como piloto, a CPFL implantou a medição inteligente em Jaguariúna (SP), de aproximadamente 60 mil habitantes. Com clientes de alta e baixa tensão, áreas urbana e rural, a distribuidora vem testando novas tecnologias, permitindo entender como a rede funcionaria na realidade.
Fonte: Época Negócios