O Complexo Eólico Tucano, localizado na Bahia, foi inaugurando no dia 3 de outubro. O empreendimento construído através de parceria entre a AES Brasil e a Unipar recebeu investimento de R$ 1,5 bilhão. A AES Brasil, empresa que trabalha há mais de 20 anos com a geração de energia renovável, desponta como a primeira a ter um complexo eólico operado exclusivamente por força de trabalho feminina, em Tucano, na Bahia.
Um dos grandes diferenciais do projeto é que será o primeiro complexo eólico do Brasil a ter operação e manutenção realizadas localmente por uma equipe 100% feminina. Parte da equipe que opera o empreendimento foi formada em uma iniciativa em parceria com o SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial da Bahia, que promoveu o curso de Capacitação em Especialização Técnica em Manutenção e Operação de Parques Eólicos, para a formação de mulheres no setor.
A expectativa é que o complexo contribua para evitar a emissão anual de 57,6 mil toneladas de gases de efeito estufa. O empreendimento, além de ampliar a oferta de energias renováveis na matriz elétrica nacional e de contribuir com a transição energética global, contribuirá também com as metas de sustentabilidade da companhia industrial.
Números
O Complexo Eólico Tucano tem capacidade instalada de 322,4 MW, com o potencial de agregar outros 260,4 MW de pipeline. Ele está localizado nos municípios de Tucano, Biritinga e Araci, na Bahia. Mais de 95% da construção já está concluída, com 24 dos 52 aerogeradores em operação. A expectativa é que o Complexo esteja totalmente operacional no primeiro semestre de 2023.
Tucano foi a primeira iniciativa da AES Brasil em empregar somente mulheres, mas não a única: já está em construção na região de Lajes, no Rio Grande do Norte, o Complexo Eólico Cajuína que também será operado 100% por mulheres.
“Aproveitamos o crescimento da empresa para trazer de forma acelerada mais mulheres para os nossos quadros. Não tenho a menor dúvida de que essa capacitação contribuirá para que a operação do nosso Complexo Eólico Cajuína seja 100% feminina”, reforça Clarissa Sadock, CEO da AES Brasil. O empreendimento começará a entrar em operação, de forma faseada, em 2023.
A empresa, em parceria com o SENAI, iniciou, em fevereiro, o curso de capacitação similar ao realizado em Tucano. Inicialmente, foram oferecidas 60 vagas, mas, devido à alta procura e à qualidade das inscritas, o número de vagas foi ampliado para 76. Essas mulheres representam 18 municípios do Rio Grande do Norte e possuem formações em Eletrotécnica, Mecânica, Segurança do Trabalho, entre outras.
“Esperamos que essa especialização seja a primeira de muitas outras, e a expectativa é que ela não só gere mais oportunidades de trabalho, mas também melhor remuneração e melhor qualidade de emprego”, disse Rodrigo Mello, diretor do SENAI-RN e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER).