Depois de concluir um projeto-piloto para instalar 300 mil medidores digitais de eletricidade, a Enel Distribuição São Paulo (antiga Eletropaulo) vai substituir cerca de 8 milhões de dispositivos analógicos, passo importante da modernização tecnológica da rede da empresa, especialmente na maior e mais densa área de concessão do país.
O projeto-piloto custou R$ 227 milhões, sendo R$ 121 milhões com recursos de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A empresa não tem ainda o cálculo de quanto será preciso investir para trocar os 8 milhões de medidores analógicos.
O trabalho na Enel Distribuição São Paulo, que atende a 24 municípios da Grande São Paulo, incluindo a capital paulista, será paulatino, a uma taxa de até 1 milhão de medidores por ano. Os dispositivos estão sendo fabricados no país pela GridExpertise, criada pela Enel exclusivamente para desenvolver a tecnologia. De acordo com o diretor global da Enel Grid (linha de negócios de infraestrutura de redes de distribuição), Antonio Cammisecra, a medição eletrônica é o primeiro passo de uma rede digital e que permite à empresa ofertar aos clientes uma gama de serviços inteligentes, além de ter uma operação mais eficiente.
“Sem o medidor digital, muita coisa não acontece, inclusive a modernização do próprio mercado de energia elétrica” disse Cammisecra, em entrevista ao Valor. Os medidores ‘Made in Brazil’ têm tecnologia adotada em outros países onde a empresa atua e podem, inclusive, ser comercializados para outras distribuidoras, pela GridExpertise. “Esperamos que o resultado seja positivo e, com o diálogo com o regulador, se dê na direção que a gente espera, assim daremos um segundo, terceiro e quarto passos na direção das outras distribuidoras”.
A digitalização, destaca o executivo, é parte de um amplo pacote de investimentos para renovação da rede. Também é um dos temas-chave para o futuro da distribuição, segmento que representa cerca de 50% dos investimentos globais da Enel para atender a 75 milhões de unidades consumidoras – ou 250 milhões de pessoas, conectadas em uma rede com 2,2 milhões de quilômetros de extensão (cerca de 55 voltas ao mundo).
Fonte: Valor Econômico