Em meio à crescente busca das empresas por contratação de energia elétrica de fontes renováveis, a AES Brasil conseguiu garantir três novos contratos para avançar com o projeto Cajuína, complexo eólico de 1,1 gigawatt (GW) de potência que está sendo construído no Rio Grande do Norte.
No dia 03/11, a geradora anunciou ter assinado três memorandos de entendimentos (MOU, na sigla em inglês) para contratação de energia de Cajuína. Os acordos somam 200 megawatts (MW) e seguem o modelo de autoprodução, pelo qual o consumidor de energia se torna sócio da usina. O nome das contrapartes não foi revelado, já que os contratos ainda não foram formalmente assinados.
Ao Valor, a presidente da AES Brasil, Clarissa Sadock, disse ainda que a companhia está perto de fechar um novo PPA (contrato de compra e venda de energia, na sigla em inglês), em dólar, com um consumidor exportador. “Há muito tempo os clientes exportadores buscam essa opção de contrato em dólar, estamos abrindo com esse cliente uma nova avenida de crescimento para a companhia”. O acordo terá prazo de 15 anos, envolve 300 MW e prevê a venda de energia convencional. Ainda não está definido se o fornecimento da energia virá através do projeto Cajuína ou do portfólio hídrico da companhia.
As últimas negociações se somam a outras parcerias fechadas recentemente pelo grupo junto a clientes de peso, como Unipar Carbocloro, Ferbasa, Minasligas e BRF. Na visão de Clarissa, o fortalecimento da agenda ESG vem contribuindo para essa tendência, bem como o reconhecimento da companhia como uma referência nesse mercado – recentemente, a AES atingiu a pontuação máxima “AAA” na agência de ratings MSCI, uma das mais renomadas nas pautas ESG.
Com o avanço na contratação de seus dois principais projetos eólicos – Cajuína (RN) e Tucano (BA) -, a geradora já mira o desenvolvimento de novos empreendimentos, afim de diversificar ainda mais seu parque gerador e reduzir o risco associado à fonte hídrica. Entre 2021 e 2025, estão previstos R$ 3,5 bilhões em investimentos na construção de Cajuína e Tucano, além da modernização dos ativos existentes.
De acordo com a AES Brasil, as chuvas registradas em setembro e outubro já trouxeram mais alívio aos reservatórios do país, e a expectativa é de que essa tendência permaneça. A companhia trabalha com cenários de níveis de chuvas perto da média histórica até o fim do período úmido, que costuma se encerrar em março.
Fonte: Valor Econômico